EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS

Espírito: André Luiz
Livro – 060 / Ano – 1959 / Editora – FEB

Escrevendo acerca do corpo espiritual, que Allan Kardec denominou perispírito, não se propõe André Luiz traçar esse ou aquele estudo mais profundo, fazendo a discriminação dos princípios que o estruturam, com o fim de equacionar debatidos problemas da filosofia e da religião.
Desde tempos remotos, a Humanidade reconheceu-lhe a existência como organismo sutil ou mediador plástico, entre o espírito e o corpo carnal.
No Egito, era o Ka para os sacerdotes; na Grécia era o eidolon, na evocação das sibilas.
Ontem, Paracelso designava-o como sendo o corpo sidéreo e, não faz muito tempo, foi nomeado como somod nas investigações de Baraduc.
André Luiz, porém, busca apenas acordar em nós outros a noção da imortalidade, principalmente destacando-o, aos companheiros encarnados, qual forma viva da própria criatura humana, presidindo, com a orientação da mente, o dinamismo do casulo celular em que o espírito – viajor da Eternidade- se demora por algum tempo na face da Terra, em trabalho evolutivo, quando não seja no duro labor da própria regeneração. E assim procedeu, acima de tudo, para salientar que, atingindo a maioridade moral pelo raciocínio, cabe a nós mesmos aprimorar-lhe as manifestações e enriquecer-lhe os atributos, porque todos os nossos sentimentos e pensamentos, palavras e obras, nele se refletem, gerando consequências felizes ou infelizes, pelas quais entramos na intimidade da luz ou da sombra, da alegria ou do sofrimento.
Apreciando-lhe a evolução, nosso amigo simplesmente esclarece que o homem não está sentenciado ao pó da Terra, e que da imobilidade do sepulcro se reerguerá para o movimento triunfante, transportando consigo o céu ou o inferno que plasmou em si mesmo.
Em suma, espera tão-somente encarecer que o Espírito responsável, renascendo no arcabouço das células físicas, é mergulhado na carne, qual a imagem na câmara escura, em fotografia, recolhendo, por seus atos, nessa posição negativa, todos os característicos que lhe expressarão a figura exata, no banho de reações químicas efetuado pela morte, de que extrai a soma de experiências para a sua apresentação positivia na realidade maior.
O apóstolo Paulo, no versículo 44 do capítulo 15 de sua primeira epístola aos coríntios, asseverou, convincente:
-“Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual.”
Nessa preciosa síntese, encontramos no verbo “semear” a idéia da evolução filogenética do ser e, dentro dela, o corpo físico e o corpo espiritual como veículos da mente em sua peregrinação ascensional para Deus.
É para semelhante verdade que André Luiz nos convida a atenção, a fim de que por nossa conduta reta de hoje possamos encontrar a felicidade pura e sublime, ao sol de amanhã.

Emmanuel
(Pedro Leopoldo, 21 de julho de 1958)

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