CARTILHA DA NATUREZA

Espírito: Casimiro Cunha
Livro 018 / Ano – 1944 / Editora – FEB

Obra de grande sensibilidade e beleza. Suas poesias refletem a singeleza e grandiosidade dos presentes diários oferecidos pelo Criador a toda a humanidade, manifestados sob a forma dos diferentes elementos que compõem a beleza natural do planeta. Esta cartilha ensina a “ler” a natureza circundante e a reconhecer a sua importância e a magnanimidade de Deus. Neste volume, encontram-se as poesias que apresentam a Criação Divina e sua sabedoria ao outorgar ao Sol, à plantação, à chuva, ao lago, ao vento e à flor o ensino de importantes lições de vida. Obra publicada originalmente num só volume e posteriormente desmembrada em três livros com subtemas: A Criação, A Viagem e O Trabalho.

A Grande Fazenda
“E ele repartiu por eles a fazenda.” (Jesus – Lucas, 15:12)
A Natureza é a fazenda vasta que o Pai entregou a todas as criaturas. Cada pormenor do valioso patrimônio apresenta significação particular. A árvore, o caminho, a nuvem, o pó, o rio revelam mensagens silenciosas e especiais.
É preciso, contudo, que o homem aprenda a recolher-se para escutar as grandes vozes que lhe falam ao coração.
A Natureza é sempre o celeiro abençoado de lições maternais. Em seus círculos de serviço, coisa alguma permanece sem propósito, sem finalidade justa.
Eis a razão pela qual o trabalho de Casimiro Cunha se evidencia com singular importância. O coração vibrátil e a sensibilidade apurada conchegaram-se a Jesus, para trazer aos ouvidos dos companheiros encarnados algumas notas da universal sinfonia.

Esta cartilha amorosa relaciona, em rimas singelas, alguns cânticos da fazenda divina que o Pai nos confiou. Envolvendo expressões na luz infinita do Mestre, Casimiro dá notícias das coisas simples, cheias de ensino transcendental. No relatório musicado de sua alma sensível, o milharal, o pântano, a árvore, o ribeiro, o malhadouro dizem alguma coisa de sua maravilhosa destinação, revelando sugestões de beleza sublime. É o ensino espontâneo dos elementos, o alvitre das paisagens que o hábito vulgarizou, mas se conservam repletas de lições sempre novas.
O trabalho valioso do poeta cristão dispensa comentários e considerações.
Entregando-o, pois, ao leitor amigo, não temos outro objetivo senão lembrar a fazenda preciosa que se encontra em nossas mãos.

A Natureza é o livro de páginas vivas e eternas.
Em abrindo a cartilha afetuosa de Casimiro, recordemos Aquele que veio à Terra, começando pela manjedoura; que recebeu pastores e animais como visita primeira; que foi anunciado por uma estrela brilhante; que ensinou sobre as águas, orou sobre os montes, escreveu na terra, transformou a água simples em vinho do júbilo familiar; que aceitou a cooperação de um burrico para receber homenagens do mundo; que meditou num horto, agonizou numa colina pedregosa, partiu em busca do Pai através dos braços de um lenho ríspido e ressuscitou num jardim.
Relembremos semelhantes ensinos e recebamos a fazenda do Senhor, não como filho pródigo que lhe desbaratou os bens, mas como filhos previdentes que procuram aprender sempre, enriquecendo-se de tesouros imortais.

Emmanuel
(Pedro Leopoldo, 20 de maio de 1943)

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